09/06/2020

Jovem de Jaguariúna fala da experiência de ter contraído coronavírus

João Pedro Gonzaga Muniz, de 15 anos foi infectado pela Covid-19 e conta que foi um dos pacientes assintomáticos

Wagner Luan

O município de Jaguariúna tem 65 casos confirmados do novo coronavírus, do qual 46 já são curados da doença. Dentre esses pacientes, está o adolescente João Pedro Gonzaga Muniz, de 15 anos que foi infectado pela Covid-19 e após cumprir o período de quarentena, é considerado curado.

Em entrevista exclusiva ao Portal Jaguariunense, o rapaz conta como foi a experiência de ter testado positivo para a Covid-19, o período de tratamento e o apoio da família.

João diz que teve sintomas de gripe no início de maio. “No início do mês de maio, por volta do dia 05, senti uma leve dor de cabeça e fiquei febril por dois dias. Falei com a minha mãe e ela me deu nimesulida e Tylenol por dois dias e fiquei bem, não senti mais nada”, lembra.

O adolescente diz ainda, que no mesmo período, sua avó foi diagnosticada com a doença. “Minha vó ficou muito ruim e depois de 10 dias dos sintomas, também[deu] positivo pro Covid-19 e todas as pessoas que tiveram contato com ela, teve que fazer o isolamento social, isso incluiu eu, meu pai, minha mãe e minha irmã”, relatou.

Ainda na entrevista, João contou que quebrou a mão ao sofrer uma queda e teve que fazer uma cirurgia, mas como estava de quarentena, era necessário apresentar o exame de coronavírus e apenas ele, testou positivo. “Minha mãe me levou em um laboratório particular e para desencargo de consciência, fizemos o exame. Minha mãe e meu pai deu negativo e para nossa surpresa, o meu deu positivo, sendo que eu era o que mais ficava em casa”, afirma.

O jovem diz que ficou muito preocupado, porque tudo era muito novo. “Fiquei muito chateado e ao mesmo tempo preocupado. Não sabia se eu iria sentir mais algum sintoma, se ia precisar de internação ou não, era tudo muito estranho, tenso”, descreve.

João descreveu como foi sua rotina na quarentena e o cuidados adotados. “Ficar de quarentena em casa foi muito ruim, como eu era o único que tinha positivado na minha casa, eu tinha muito medo de passar pra minha mãe, meu pai e minha irmã, mas minha mãe separou copo, talheres, prato, toalha de banho, lavava minhas roupas separadas com produtos especiais, higienizava o banheiro depois que eu tomava banho ou usava. Fiquei a maior parte do tempo sozinho no meu quarto”, revela.

O morador contou que não fez tratamento contra a Covid-19, pois não apresentou sintomas. Ele foi um dos pacientes assintomáticos.

Ainda na entrevista, o adolescente recordou que durante a quarentena, teve que fazer a cirurgia na mão e reconheceu os cuidados da equipe médica. “Quando fui fazer a cirurgia da mão no hospital Walter Ferrari, eu estava no último dia de quarentena e o médico decidiu realizar a cirurgia mesmo estando com o vírus, pois se esperasse mais, a fratura poderia prejudicar o movimentos da minha mão, mesmo assim fui muito bem atendido tanto pelo médico, quanto pela equipe de enfermagem, me trataram super bem, não tiveram receio ou medo de cuidar de mim eu só tenho que agradecer a todos os funcionários do hospital”, agradeceu.

Para o rapaz, o difícil da quarentena, foi não poder abraçar os pais. “Confesso que foi uma situação bem difícil, que não imaginava passar. É muito ruim você ter que manter a distância das pessoas que você ama, eu olhava meus pais, queria beijar, abraçar, ficar perto e não podia, não por que eles iriam me negar um abraço, mas por medo de contaminar eles e eles serem internados”, destacou.

“Nunca imaginei que um dia não poderia fazer uma coisa tão simples como dar um abraço em meus pais, coisas que as vezes a gente não dá valor, mas que faz uma falta enorme”, completou.

Por fim, ele disse que está recuperado da Covid-19 e agora se recupera da cirurgia na mão. “Deus é maravilhoso e graças a Ele, eu não tive sintomas piores e venci o Covid-19.Meus pais e minha irmã não se contaminaram, agora está tudo bem e é só me recuperar da cirurgia”, concluiu.

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